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Como criar personagens: 10 dicas para escrever ótimos personagensComo criar personagens: 10 dicas para escrever ótimos personagens

Como criar personagens: 10 dicas para escrever ótimos personagens

Staff - 08 Nov 20

Articulo

7 min.

Você já deve ter visto publicações que prometem lhe dar fórmulas mágicas para entender como criar personagens memoráveis, jogos de palavras para definir suas personalidades e até tabelas que, no estilo de seleção múltipla, prometem a trama vencedora.

A verdade é que para escrever grandes personagens literários, você só precisa conhecê-los. E, sim, pode soar muito clichê, mas é a única "fórmula mágica" que realmente vai funcionar para você. Conhecer seus personagens como conhece seu(sua) melhor amigo(a), a tal ponto que pode prever o que ele(a) fará em certas situações e que, apenas por vê-lo(a), você poderá saber o que ele(a) está pensando — este é o nível que você deveria atingir, pelo menos com seus personagens principais.

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Sabemos que un pilar fundamental para la historia que escribirás o que estás escribiendo en este momento son los personajes, y es por eso que queremos empezar por lo fundamental, por entender qué es un personaje y los tipos de personajes que participan de un relato. 

Si ya conoces los conceptos anteriores, te invitamos a que saltes directamente a los 10 tips para que puedas explorar, conocer y finalmente desarrollar personajes que enriquezcan tu trama y llenen de fuerza tu argumento.

¿Qué es un personaje?

Comencemos por lo básico, consideraremos un personaje como un ser activo dentro de nuestra obra quien intervendrá en la trama de alguna manera y por medio del cual se contará la historia, o parte de ella. 

Lo más sencillo es pensar en una persona, pero al crear personajes estos pueden ser presencias dentro del relato sin una representación física, o pueden ser objetos y animales como en el caso de los cuentos infantiles.

Foto: Thought Catalog (Unsplash)

Tipos de personajes en un relato

El tipo de personaje se definirá por su participación en la trama y determinará de algún modo el trabajo que tengas que hacer para conocerlo. Al igual que en tu vida real, hay personas que conoces a profundidad y otras de las que simplemente conoces algunos detalles, así mismo pasará en el universo de personajes en tu relato.

Hay varias formas de clasificar los tipos de personajes, lo podemos hacer por su participación y rol como personaje principal y antagonista o por su evolución e imagen como un personaje estático arquetípico. 

También lo puedes hacer por su caracterización, en dónde encontraremos personajes redondos, es decir que cambian y evolucionan a lo largo de la historia y los planos, en los cuales no se hace mucho hincapié porque generalmente son personajes secundarios y no requieren de descripciones profundas. 

Ahora sí, ya que hemos cubierto lo básico, pasemos a los 10 tips para que domines cómo crear personajes grandiosos.

Fotografia: Hannah grace (Unsplash)

1. Descrição física

Recrie a imagem física de seu personagem e determine seus dados básicos. Pergunte-se sobre sua aparência física, altura, cor de cabelo, idade, etc. Também procure as suas informações demográficas: onde nasceu? Tem família? É casado? Qual é a sua ocupação?

Estas características de caráter irão ajudá-lo(a) a estabelecer a base para saber o que você pode e não pode fazer. Ou, se já tem uma ideia aproximada de quem é seu personagem, elas podem ajudá-lo(a) a tomar decisões. Por exemplo, se o seu personagem é um habilidoso ladrão cibernético, o mais provável é que seja alguém que conhece sistemas e programação.

 

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2. Para criar um bom personagem, defina como é seu ambiente e onde ele está

Colocar seu personagem em um contexto específico e investigar a relação dele com este ambiente lhe dará pistas sobre sua personalidade e história.

O espaço que os rodeia será crucial para o desenvolvimento do seu personagem. Ter claro sobre os locais onde acontece a ação das suas histórias dará a você luz verde para que ele possa fazer certas coisas.

Também é importante que você determine o período e o tempo em que vive seu personagem. Isto, além de marcar características importantes de sua personalidade, vai ajudar você a entender como irá ambientar sua história e decidir com quais elementos do espaço ele vai se relacionar, e de que forma.

3. Quais são os relacionamentos do seu personagem?

Continuando com o fio do entorno, você deve pensar ao mesmo tempo nas relações pessoais dele. É uma pessoa de muitos amigos ou, melhor, é um ser reservado? Ele(a) tem filhos? Quão bom(boa) pai(mãe) ele(a) é? Como foi criado(a)?

A ideia é que você possa criar personagens com uma rede de suas conexões fortes, mesmo que não estejam explicitamente presentes no texto. A maneira como ele se relaciona com seus conhecidos e entes queridos lhe dará nuances que você talvez ainda não conheça e contribuirá para um enredo mais complexo.

4. As características dos personagens devem ter um toque humano

Quando você for criar um personagem, dê-lhe vida. Dote-o de traços humanos, por mais que você esteja desenvolvendo um personagem fictício, e deixe-o fluir, que encontre seu caminho através da trama.

Seus leitores terão empatia com os personagens que você escreve, desde que se identifiquem com seus sentimentos. Um ótimo exemplo disso são, geralmente, os personagens que Stan Lee, criou, como O Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro e todos os super-heróis relevantes da Marvel Comics.

Seu sucesso não estava nos grandes poderes dos personagens ou nas façanhas heroicas que realizaram para salvar o mundo. O que deixou o público louco e os conectou em um nível diferente foi torná-los humanos, frágeis e imperfeitos. Fez um leitor comum sentir-se emocionalmente identificado com um super-herói e entender as motivações até mesmo dos vilões.

Foto: Glenn Carstens-Peters (Unsplash)

5. Mostre-nos seus problemas cotidianos

Seguindo o ponto anterior, dar vida e humanizar os personagens sugere revelar aspectos da vida cotidiana. Você não precisa contar sua rotina passo a passo, mas escolher detalhes específicos que ajudem a completar a ideia de um personagem humanizado.

Em certos momentos da história, é bom mostrar que os sapatos do nosso personagem apertam, que os lençóis sintéticos lhe dão alergia ou que a comida que ele preparou em casa naquela noite de sexta não caiu bem e, por isso, ele não chegou a tempo de pegar o trem.

Os leitores gostam de saber os detalhes da vida dos personagens. Assim, podemos nos conectar com eles e tirar nossas próprias conclusões sobre o motivo de alguns eventos de sua história.

6. Não se preocupe obsessivamente com o seu passado

Embora seja muito importante construir a história passada de seus personagens literários, você não deve ficar obcecado(a) por isso. Você não precisa conhecer a biografia detalhada de cada um dos personagens que intervêm em sua história, nem procurar traumas de infância em todos os seus personagens principais.

Às vezes, é suficiente saber os detalhes relevantes do passado que levaram seu personagem a estar no momento certo de ação em sua história. Personagens terciários e secundários não precisarão de mais do que isso. Mas, atenção: poucos detalhes não significam detalhes simples — escolha pouco, mas escolha bem e com argumentação.

Neste sentido, você já saberá que quanto mais interação com as situações da história, mais detalhes do passado de seus personagens você precisa saber. E se é seu personagem principal, é claro que você deve conhecê-lo quase como se já tivesse vivido com ele por vários anos.

7. O fracasso e o conflito são pontos-chave para o desenvolvimento de personagens

Como seres humanos, tendemos a fugir do conflito e o fracasso nos aterroriza, mas, para nossos personagens, é um ponto-chave.

Devemos nos forçar a expô-los ao conflito, caso contrário não teríamos enredo e nossa história não geraria interesse. Se houver um barulho estranho, faça seu personagem investigar o que é, ou desenvolva seu sentimento de pânico e pensamentos sobre por que ele não é capaz de levantar-se e caminhar até a sala em que ouviu o ruído. Exponha-os a situações embaraçosas e deixe-os fluir.

Aol criar personagens, você deve deixá-los falhar. Um personagem perfeito não atrai ninguém. Se ele sempre consegue o que se propõe a fazer, não há faísca para continuar lendo a história, não gera conexão e é implausível. Não é que nós, leitores, amemos a dor dos outros, mas, quando lemos, gostamos de ver que os personagens, por mais fantasiosos que sejam, também erram.

Foto: NeONBRAND  (Unsplash)

8. Inspire-se, mas crie um personagem único

Escrever um personagem não é uma tarefa fácil e não podemos fingir que isso surgirá do nada como um impulso genuíno nascido das maravilhas da arte. São necessárias muitas referências para encontrar inspiração.

Um(a) bom(boa) escritor(a) é um(a) grande observador(a). Ele(a) é aquele(a) que sabe encontrar detalhes especiais em seu entorno e está sempre pronto(a) a absorver o conteúdo do dia a dia para transformá-lo em algo mais.

Quando falamos sobre inspiração, queremos dizer olhar no entorno, procurar peculiaridades nas pessoas ao seu redor e criar a partir disso. Você deve ter muito cuidado para não cair em estereótipos, a menos que sua intenção seja especificamente essa. Mas se você está na tarefa de desenvolver um personagem principal, procure sempre dotá-lo de qualidades únicas, características que saiam do molde e o tornem algo muito mais interessante.

9. Recrie antes de escrever

Procure em sua mente a cena da história que você está escrevendo, reproduza-a como um filme em sua cabeça e preste atenção a cada detalhe. Pense sobre seus personagens e na sua relação com o espaço. Como se movem? Para quem olham? Por que decidem realizar essa ação específica? E como isso afeta os outros personagens da cena?

Recriar antes de escrever ajudará você a detalhar a situação e as reações dos personagens. Da mesma forma, e como em todas as dicas que repassamos, será uma ferramenta para descobrir aspectos ocultos, facetas únicas e características peculiares dos personagens que você criou.

10. Desenvolva um personagem que evolua

Estamos chegando ao fim, e esta última dica será a alquimia de todas as anteriores. Falamos em conhecer os personagens por meio de diferentes exercícios. Compreendemos a importância de sua personificação física, de seu passado, das relações com seu entorno e dos traços que o tornam humano, como seus fracassos e conflitos.

Agora que temos tudo isso em mente, que o conhecemos como um amigo, só podemos deixá-lo ir. Sim, é isso mesmo. Deixe seus personagens fluírem com a história, permita que as decisões que eles tomem a mudem e permita-se que você, como escritor(a), o fluxo das ideias criativas para sua história.

Aprenda a não julgar seus personagens e dê-lhes carta branca para começar de uma maneira no capítulo um e crescer pouco a pouco, conforme sua história também cresce. Você finalmente criou um ser vivo, uma energia que materializou com suas letras — e, como toda energia, sempre estará em constante movimento e transformação.

Esperamos que estas dicas sobre como criar bons personagens ajudem você no processo de escrita e o(a) levem a desenvolver personagens incríveis que estão escondidos em sua mente, esperando para serem encontrados e colocados em ação em uma história.

 

Dê vida a todos os personagens que você imaginar; no final, você não é obrigado(a) a usar todos em uma história. Mas garanto que o exercício criativo vai abrir sua mente e treinar você para que, aos poucos, seja muito mais fácil criar personagens sólidos, que irão prender seus leitores.