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3 livros sobre cinema que você precisa ler!3 livros sobre cinema que você precisa ler!

3 livros sobre cinema que você precisa ler!

Manoel Silveira - 11 Abr 20

Articulo

7 min.

Muitos de nós gostam de cinema, mas realmente muito poucos leem sobre isso. A verdade é que, entre os livros que contam o processo de criação de um filme, há exemplos que se destacam. Isso ocorre porque eles transmitem com perfeição a paixão pelo ofício de seus autores. Alguns desses títulos são os de que mostro neste artigo.

1. Hitchcock/Truffaut: entrevistas

Houve um tempo em que Alfred Hitchcock não era tão popular entre os críticos em seu país. Na Europa, e especialmente na França, a situação era muito diferente. Críticos e diretores de cinema, como Eric Rohmer, Claude Chabrol e François Truffaut, viram no diretor inglês um verdadeiro herói da encenação cinematográfica. Um "oráculo", como o próprio Truffaut descreveu no livro que recomendamos agora.

“Hitchcock/Truffaut: entrevistas” foi e é um grande esforço de Truffaut para destacar o que para ele e um grande número de cineastas europeus era uma verdade absoluta: Alfred Hitchcock conseguiu como nenhum outro diretor americano chegar perto da possibilidade de expressar-se de um modo puramente visual e evocar em seu público as emoções mais maravilhosamente primitivas. Como definiram Eric Rohmer e Claude Chabrol, "um dos maiores inventores de formas em toda a história do cinema".

Enfim, era 1966 e os críticos estadunidenses não podiam deixar de ver o trabalho de Hitchcock como mero espetáculo. Então, este livro foi escrito a partir de uma entrevista de 50 horas e composto de um questionário de 500 perguntas sobre o trabalho do cineasta inglês. Parece o trabalho de um fã enlouquecido? Definitivamente sim, mas isso não importa. Truffaut realmente faz Hitchcock falar francamente sobre sua filmografia.

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2. Conquista do inútil

Mover um barco a vapor através de uma montanha. Para que? Só para ver se é possível e, de passagem, fazer um filme. Werner Herzog se propôs a esse desafio como parte das filmagens de "Fitzcarraldo", de 1982, que tratava de um empresário de borracha da Amazônia peruana que realizou a delirante tarefa. A verdade é que quase toda a motivação para fazer o filme veio da profunda empatia com esse detalhe e do desejo de replicá-lo a qualquer custo. Houve uma faísca irreprimível de vontade no diretor alemão, que o levaria a estrelar um dos filmes mais difíceis da história do cinema.

Herzog rejeitou os confortos logísticos fornecidos pelos cenários dos grandes estúdios e preferiu filmar na Amazônia. A partir dessa decisão, pode-se afirmar que praticamente tudo o que poderia dar errado, deu errado. Por exemplo, Jason Robards, que seria o protagonista, adoeceu de disenteria depois de filmar 40% do filme. O filme foi regravado do zero, desta vez com o conflitante ator Klaus Kinski.

"Conquista do inútil" é mais do que um diário de filmagem. É uma jornada poética pelas paisagens mentais pelas quais Werner Herzog atravessava durante as filmagens de “Fitzcarraldo”. Poucos livros de cinema nos envolvem dessa maneira, na experiência de fazer um filme.

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3. Dias de uma câmera

É a vez de um diretor de fotografia. Néstor Almendros trabalhou com grandes nomes do cinema, como Eric Rohmer, François Truffaut e Terrence Malick; ele ganhou um Oscar em 1978 e é considerado um mestre no uso da luz natural. Sabe-se que ele próprio operava a câmera nas filmagens em que participou e procurou ter o maior controle sobre os elementos que compunham suas imagens. Em "Dias de uma câmera", ele tenta nos transmitir a paixão por seu trabalho.

Com grande clareza, o livro mostra como é essencial que o diretor de fotografia saiba se adaptar às necessidades de cada produção e, acima de tudo, de cada diretor. Tudo isso para garantir, do ponto de vista técnico, a visão artística do realizador. Mas não apenas isso. Almendros também se incomoda em explicar sua história e o contexto social em que ele cresceu; e logo faz um passeio detalhado pelos filmes em que ele colaborou. Assim, "Dias de uma câmera" constitui um autorretrato muito bem feito de um dos mais importantes artistas e trabalhadores do cinema no século XX.

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